Administrações regionais entre GDF e CLDF

Publicado em ÍNTEGRA

ARI CUNHA

Visto, lido e ouvido

Desde 1960

colunadoaricunha@gmail.com;

com Circe Cunha e Mamfil

A Cidade do Varjão (Foto: Tony Winston, Agência Brasília) - diariodopoder.com.br
A Cidade do Varjão (Foto: Tony Winston, Agência Brasília) – diariodopoder.com.br

   Indicar gestores para as 31 Administrações Regionais espalhadas pelo Distrito Federal tem sido, desde a sua criação, um trunfo para os políticos. Tanto para aqueles que possuem assento na Câmara Legislativa, como para os governadores eleitos. Abrir mão dessa trincheira avançada, que tem contato direto com as demandas das populações locais, significa, na prática, uma perda de poder político significativa e irreparável, igualmente para aqueles que estão ou no Legislativo ou no Executivo.

   Há muito as Administrações Regionais, com toda a sua estrutura, vêm sendo usadas meramente como bases eleitorais dos políticos de plantão. Com uma estrutura administrativa deste tipo, desenhada com tintas político-partidárias, qualquer iniciativa, por mais urgente e necessária que seja para a população, tem que ser submetida à aprovação prévia dos padrinhos do administrador, fazendo das RAs uma mera executora das vontades de pessoas ou grupos ligados diretamente aos partidos.

anuariododf.com.br Vista aérea da cidade de Vicente Pires (Foto: Augusto Areal)
Vista aérea da cidade de Vicente Pires (Foto: Augusto Areal) – anuariododf.com.br

     Em suma, o que se tem tido, até aqui, são Administrações Regionais que, em grande parte, se limitam a executar o trabalho de base das legendas, sem ligação direta com a população. Com isso não surpreende que essas estruturas, que saem muito caro para o contribuinte, sejam ainda amplamente utilizadas como palanques políticos, onde até os funcionários lotados nessas unidades são usados, ostensiva e desavergonhadamente, como cabos eleitorais dos políticos com influência nessas áreas.

      A emancipação política da capital, um erro sob todos os pontos de vista, diversas vezes apontados por esta coluna, não se espraiou para as regiões administrativas, que continuaram orbitando e dependendo do Plano Piloto, e o que é pior, fazendo das antigas cidades-satélites, zonas de influência de determinados grupos políticos, à semelhança dos antigos currais eleitorais.

     Com isso, as reais demandas da população local acabaram misturadas no balaio do toma lá, dá cá, transformando reivindicações sociais legítimas em troca de favores políticos.

     A criação e formação de bairros, sem obedecer critério urbanístico e feitos à toque de caixa, é um exemplo desse tipo de relação construída na base de trocas de favores e que tantos prejuízos trouxe para Brasília. O que as Administrações Regionais necessitam nenhuma liderança ou partido político pode ou quer oferecer de fato. É a independência de ação com base nas necessidades das populações locais.

   Mais que loteá-las com cabos eleitorais comissionados, o que as RAs requerem é a criação de Assessorias Comunitárias, formadas por verdadeiras lideranças locais e que tenham não só autonomia, mas poder de empreender sem entraves políticos e burocráticos, alocando os impostos dessas populações em benefício dessa mesma população, sem a intermediação interesseira de padrinhos e de outros grupos políticos.

A frase que foi pronunciada:

“ Eu não quero viver noutro país. Eu quero viver noutro Brasil.”

Frase disseminada nas redes sociais.

Inoperantes

Um verdadeiro absurdo. Ao final da QL 2, conjunto 7 do Lago Norte. Restos de obra espalhados propiciando a reprodução em massa de todos os tipos de pragas, desde mosquitos a ratazanas gigantes. AGEFIZ já sabe, Administração do Lago Norte já sabe. Talvez o Ministério Público resolvesse a questão, já que coloca em risco a vida dos moradores da região. Veja as fotos no blog do Ari Cunha. A entrada é livre.

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Boa ação

Em compensação, a Barragem do Paranoá recebeu maquiagem nova. Asfalto bem remendado e alambrado devidamente reposto.

Involução

Uma dúvida na fila dos idosos no Shopping Iguatemi. Qual a razão de não permitirem a gratuidade de estacionamento para idosos se há lugar especial nos ônibus, metrôs, instituições e estacionamentos? A questão que era humana transformou-se em financeira.

Reciclagem

Hospital Brasília está bastante diferente em relação ao atendimento. Com apenas dois meses de casa, um funcionário já fez 4 cursos de excelência no atendimento e parada cardíaca. Muito bom.

Allegro

Volta com toda energia o Coral Italiano da Universidade de Brasília. Os interessados que adorarem a boa música terão as próximas terças-feiras para a classificação vocal a partir das 18h. Os ensaios são também as terças, a partir das 19h. No minhocão, ala sul, sala BT 240.

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O “bote” da Battes visa atingir a Indústria Portela, o maior parque industrial do nordeste, onde essa firma americana possui 32% das ações. Com a concordata, visa a Battes o enfraquecimento da Portela, e a aquisição do restante das ações, para se estabelecer como monopólio. (Publicado em 14.10.1961)

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